Ayrton Senna da Silva. Nasceu no dia 21/03/1960. Faleceu
no dia 01/05/1994
è 9h 18min Acidente (14h 18min, horário Ímola).
è 9h 40min Chegada ao hospital (14h 18min, horário Ímola).
è 13h 40min Confirmada sua morte (18h 40min, horário Ímola).
Tudo começou no dia 29/04/94, quando o piloto Rubens
Barricello bateu nos pneus de proteção, mas ninguém imaginava que ali começava
uma história de cortar coração. No dia seguinte outro acidente, só que desta
vez uma vítima fatal, onde morreu o austríaco Roland Ratzenberger. Senna sentia
que não seria um grande prêmio cheio de felicidades. No dia 01/05/94, antes de
iniciar a prova do GP de San Marino, circuito de Ímola – Itália, Senna tinha
uma impressão que não terminaria aquela corrida, mas resolveu perguntar tudo ao
seu amigo de pista, o carro, ficando imóvel cerca de oito minutos. Nesse tempo
disse-lhe o carro: “Senna! Tu nunca encontrastes um adversário que lhe
impedisse a vitória, mas hoje encontrará um que não conseguirás vencê-lo; o
povo que chorava nas suas vitórias, hoje chorará a sua derrota; nunca mais
subirás ao ponto mais alto, onde tocava o hino e subia a bandeira brasileira,
mas descerás para o ponto mais baixo em que o ser humano vai depois de passar
de vida; a bandeira que tanto tremulava em suas mãos, tremulará em cima de seu
corpo; o verde e amarelo do teu país será substituído pelo preto; a velocidade
que emocionou o mundo inteiro nos grandes prêmios, levarás de encontro a
derrota e deixará calada para sempre uma nação; o povo que corre para
abraça-los nas vitórias, correrá atrás de teu carro para prestar a última
homenagem; Senna! O homem não tem limites, mas a vida tem, e hoje chegou o
limite de tua vida; o adversário de que falo e impedirá a conquista de mais um
grande prêmio, é o muro de concreto na curva Tamburello, ou melhor, muro
maldito ou muro de traição.” Tudo isto o carro falou, mas Senna não entendeu,
não entendeu porque o carro falava a linguagem da máquina e Senna só entendia a
linguagem do homem.
Começa a prova e logo um acidente, talvez um aviso,
mas vou continuar dizia Senna, os cartolas pensam que a vida de um piloto não
tem fim. Depois de algum tempo, o carro-madrinha sai e deixa a pista livre.
Recomeça novamente a corrida, Senna na frente e também à frente estava o maior
adversário, a uma velocidade de 300 km/h ou mais, tenta fazer a curva, mas algo
o chama, é agora, chegou a hora, venha, e então Senna saiu da pista e foi de
encontro aquele adversário imbatível. Parecia uma mentira, mas tudo que o carro
havia falado estava acontecendo. O mundo parou, como também o coração de Senna,
tentavam reanimá-lo, mas nada podiam fazer, levaram ao hospital, mas era apenas
simulação, porque nada dava mais jeito.
No dia 03/05/94, por volta das 18h 00min, parte de
Bolonha (Itália) fazendo sua última viagem para o Brasil, num Boeing MD – 11 da
Varig, chegando às 06h 12min da manhã do dia 04/05 em São Paulo, foi emoção e
choro, ninguém se controlava ao vê aquela cena, parecia que todos estavam
dormindo e sonhando. Saindo do aeroporto, a primeira avenida do percurso para a
Assembleia, foi Av. dos Trabalhadores, coincidência ou não, mas foi no dia do
trabalhador, ou melhor, do trabalho que Senna partiu. Saindo da Assembleia, na
Av. Pedro A. Cabral, passou na Av. Brasil, coincidência ou não, mas foi neste
país que nasceu, que fez tremular a bandeira em suas mãos, fez soar mais forte
o nome do “Brasil” no mundo inteiro. Ele sempre pilotava a uma velocidade de 300
km/h, mas estava sendo conduzido a uma velocidade de 10 km/h. O povo corria para
prestar a última homenagem. Era duro vê tudo aquilo, mas era realidade. No
cemitério foi carregado pelos pilotos até o sepulcro, e, por volta das 12h
03min do dia 05/05/94 o caixão desceu, e com ele foram todos os corações
partidos de dor.
Partiu Senna, com ele os corações de milhões de
pessoas.
Só nos restas agora dizer, “Valeu Senna”.
Apodi-RN, 05 de maio de 94
Quinta-feira 12h 35 min.
Dehon Sousa